Eder, você é um éter.
um modo-risco, que risca as páginas
e na leitura faz passar paisagens //
que trazem e levam espaços e tempos
cotidianamente embriagados.
Bêbadas imagens que teimam
em explicar (des)explicando,
aquilo que prescinde explicação.
Uma experiência não tem explicação quando viva.
Por isso, a cada dia se dê viva a experiência,
viva a fluência obstinada da vontade de alegrar,
sendo alegre, ainda.
E afirmar essa alegria como quem canta,
e mesmo quando gemendo,
o gemido como que assobia,
como pássaro ou como éter,
melhor, como Eder.
Eder passarinho, essa espécie de errante natural
que acerta os lugares
e não sabe o motivo, //
sem bússola viaja o mundo,
sem que da causa advenha comprimidos
receitas, consultas e remédios.
É complexo singelo, o voo pássaro //
como o é também o éter absorvido.
Cada linha-inalação diz em mim
de um poema-dissertação.
Não são linhas, são versos //
versos distraídos
que narram um presente
de uma cidade qualquer,
com habitantes singulares,
habitantes na rua, embebidos de rua //
mesmo aqueles que não a enxergam.
E não enxergar pode ser virtude,
quando o que se mostra é mais do mesmo.
Etereamente vai Eder-éter-passarinho
singrando os ares que a cidade
respira, transpira e conspira //
fazendo falar campos adversários;
acertou Foucault ou ficou com Certou?
Michel, michel, (...) michel, michel.
Inventa conexões, atravessamentos //
faz o trabalho do vento
que mistura os ares
e quase nunca lhes dá forma //
deixa isso para os menos iluminados.
“Vento que balança as palhas do coqueiro”
vento que não descansa,
trabalha de noite e de dia
assim, aquilo que se diz,
era o que se queria:
a disciplina não pode tudo,
pois tudo não existe //
e nas artes do fazer
aquilo que se inventa,
aquilo que se cria,
em nós também é o que resiste.
Éter-eder, eder-éter.
E vai o filme passando
sem deixar o passado ansioso.
Ele flui sem que se perceba
adiante, algum remorso retorno.
Dos males, o melhor!
Errar é compor,
não é destrinchar, recolher e assimilar.
Não se erra deliberadamente, você diz.
Se erra porque se erra,
simplesmente,
como uma criança que diz que sente
e do que sente.
Criança: devir-fingidor em pessoa.
O erro sentimental carrega frescor
quando se dá bem,
quando se dá mal.
O segredo é se dar,
e se dando, se entregando
a errância se confirma,
flutua, vagueia, se espalha.
Errância é pedra na água,
é fogo de palha.
É amor consumido em vida
no fio da navalha.
E na arte de amar,
na melhor astucia do fazer,
não há certo e errado.
Há o dito e o não dito,
o toque das peles,
o frisson nos pelos,
há as calmarias e os destemperos.
Há amizade e a paixão que clama
momentos de café, de feijão e de cama.
O que se faz nesses momentos?
Responda quem ama!
Há muito de muitas coisas no amor.
Há até aquilo que ainda não sendo,
avisa intuindo no outro,
olha, já-já aí estou.
Como algo que se sabe sem saber,
como algo que se pode
sem dizer em si o poder.
Como algo que não se deve por na mesa
e buscar a melhor solução.
Problemas de matemática
com as urbanesas? Não!
Elas são problemas enverbados
por isso restauram o eterno inacabado.
Espalham fragrâncias do erro cometido
onde ainda há vida,
onde “o pulso ainda pulsa”
onde encontrar se faz acontecimento
o descaminho do presente
é o futuro do pretérito no prazer compartilhado,
é falar com você, tendo Heliana, Teresa e Marcelo do lado.
É ver tanta vente bonita
e a todos, especialmente a você,
dizer muito obrigado!
um modo-risco, que risca as páginas
e na leitura faz passar paisagens //
que trazem e levam espaços e tempos
cotidianamente embriagados.
Bêbadas imagens que teimam
em explicar (des)explicando,
aquilo que prescinde explicação.
Uma experiência não tem explicação quando viva.
Por isso, a cada dia se dê viva a experiência,
viva a fluência obstinada da vontade de alegrar,
sendo alegre, ainda.
E afirmar essa alegria como quem canta,
e mesmo quando gemendo,
o gemido como que assobia,
como pássaro ou como éter,
melhor, como Eder.
Eder passarinho, essa espécie de errante natural
que acerta os lugares
e não sabe o motivo, //
sem bússola viaja o mundo,
sem que da causa advenha comprimidos
receitas, consultas e remédios.
É complexo singelo, o voo pássaro //
como o é também o éter absorvido.
Cada linha-inalação diz em mim
de um poema-dissertação.
Não são linhas, são versos //
versos distraídos
que narram um presente
de uma cidade qualquer,
com habitantes singulares,
habitantes na rua, embebidos de rua //
mesmo aqueles que não a enxergam.
E não enxergar pode ser virtude,
quando o que se mostra é mais do mesmo.
Etereamente vai Eder-éter-passarinho
singrando os ares que a cidade
respira, transpira e conspira //
fazendo falar campos adversários;
acertou Foucault ou ficou com Certou?
Michel, michel, (...) michel, michel.
Inventa conexões, atravessamentos //
faz o trabalho do vento
que mistura os ares
e quase nunca lhes dá forma //
deixa isso para os menos iluminados.
“Vento que balança as palhas do coqueiro”
vento que não descansa,
trabalha de noite e de dia
assim, aquilo que se diz,
era o que se queria:
a disciplina não pode tudo,
pois tudo não existe //
e nas artes do fazer
aquilo que se inventa,
aquilo que se cria,
em nós também é o que resiste.
Éter-eder, eder-éter.
E vai o filme passando
sem deixar o passado ansioso.
Ele flui sem que se perceba
adiante, algum remorso retorno.
Dos males, o melhor!
Errar é compor,
não é destrinchar, recolher e assimilar.
Não se erra deliberadamente, você diz.
Se erra porque se erra,
simplesmente,
como uma criança que diz que sente
e do que sente.
Criança: devir-fingidor em pessoa.
O erro sentimental carrega frescor
quando se dá bem,
quando se dá mal.
O segredo é se dar,
e se dando, se entregando
a errância se confirma,
flutua, vagueia, se espalha.
Errância é pedra na água,
é fogo de palha.
É amor consumido em vida
no fio da navalha.
E na arte de amar,
na melhor astucia do fazer,
não há certo e errado.
Há o dito e o não dito,
o toque das peles,
o frisson nos pelos,
há as calmarias e os destemperos.
Há amizade e a paixão que clama
momentos de café, de feijão e de cama.
O que se faz nesses momentos?
Responda quem ama!
Há muito de muitas coisas no amor.
Há até aquilo que ainda não sendo,
avisa intuindo no outro,
olha, já-já aí estou.
Como algo que se sabe sem saber,
como algo que se pode
sem dizer em si o poder.
Como algo que não se deve por na mesa
e buscar a melhor solução.
Problemas de matemática
com as urbanesas? Não!
Elas são problemas enverbados
por isso restauram o eterno inacabado.
Espalham fragrâncias do erro cometido
onde ainda há vida,
onde “o pulso ainda pulsa”
onde encontrar se faz acontecimento
o descaminho do presente
é o futuro do pretérito no prazer compartilhado,
é falar com você, tendo Heliana, Teresa e Marcelo do lado.
É ver tanta vente bonita
e a todos, especialmente a você,
dizer muito obrigado!