quinta-feira, 23 de julho de 2009

quarta-feira, 22 de julho de 2009

no mercado em BH





diretamente de BH

oi gente! desculpa a demora a dar noticias, mas só consegui agora a internet!
apresentei o trabalho em dois dias. na segunda fomos ao mercado central porque nao tinha feira no horario do GDV e agora a pouco acabamos a discussao da vivencia.
deu taaanta geeente! eu nem esperava isso tudo... foi muito legal ver o onibus cheio de gente indo participar.
acabei levando a galera com onibus de linha da cidade mesmo. quis arriscar já desde aí. levar o pessoal pra olhar a cidade, conhecer as pessoas que tavam participando também. e parece que eles curtiram!
tinha gente de Aju, do Rio, Curitiba, SP. a maioria nao conhecia o que era cartografia e achou bacana a ideia de sair do local do evento e fazer algo em outro lugar. levar o ENEP para outros cantos da cidade e pra outras pessoas, foi o que eu disse logo de inicio!
vou ser bem breve aqui porque tá aconteceendo muita coisa e nao quero perde. foi so pela ansiedade de contar algo! mas tem muuuuuuuuuuita coisa pra falar e compartilhar.
espero que tenha paciencia e reservem um dia ja, viu?
por hora, dá pra dizer que a experiencia foi boa. muita gente, muitas historias, muitas fotos e anotacoes! acho que valeu muito a pena.
pena nao ter sido numa feira livre num caracter que a gente desenvolve o trabalho, mas fui em uma com algumas pessoas perto do alojamento! e o mercado deu tambem pra fazer discussao boa! gostei muito!
bom, por enquanto é isso!
até breve e fiquem aí com algumas fotos!

sobre os encontros de Julho

E assim se deu a falta. Naquela esquina onde comumente sentava meio que escondido a conversar com pessoas simpaticíssimas, por entre cestos de mangas, as quais tentara vender algum dia lá atrás, e grandes jacas expostas – é seis mais faz por cinco – estava um armado de alumínio e um cheiro de óleo fumegante tostando pastel e moendo de cana. Estranho. O senhor com saco plástico na cabeça, dono da pastelaria improvisada na feira, costumava ficar de frente para mim do outro lado da rua quando eu costumava sentar nas escadas da sorveteria conversando com seu Juscelino, dona Finha e Nininha, ou às vezes calado só observando as gentes, os ditos e os gestos.

Mas talvez durante o tempo que passei ausente houvesse se efetivado uma inversão, um salto de lado. Nada. Na outra margem outros rostos, nenhum dos usuais amigos da feira. Tinha trabalho a fazer, fotografias a fazer, produzir imagens da feira que serviriam para o trabalho este e um outro de fim de período. Então segui o caminho das imagens congeladas pelo aparelho digital, mas sempre de olhos abertos e orelhas em pé a procura das pessoas conhecidas e sumidas. Nada, mesmo após percorrer a feira por duas ou três vezes. Talvez estivessem doentes, mas como disse Nininha uma vez “feirante não pode ficar doente” ou algo assim. Nem mesmo ela encontrei percorrendo os corredores junto ao seu mostruário de bugigangas vendidas à fiado aos próprios feirantes.

Resolvi então arriscar e entre uma foto e outra - e foram mais de cem - perguntei à senhora que estava ali vizinha ao pastel com caldo de cana, que sempre ficara ali vendendo roupas, se a dona Finha estava doente. Ela me disse que não sabia, mas que já de muito tempo não a via mais por ali. Fiquei preocupado. Será que havia acontecido algo sério com algum deles, ou somente deixaram de ir à feira? Perguntei então ao pasteleiro de plástico na cabeça que agora ocupava o espaço se sabia de dona Finha e seu Juscelino. Ele demorou a entender a pergunta depois lembrou “ahhh a senhora que ficava aqui e o marido dela, um moreno, né? tem muito tempo que não vêm, por isso estou aqui, mas não sei dela não. ela deve ter mudado de feira. os fregueses dela sempre param aqui e perguntam por ela” ou algo assim. Mais estranho ainda, quase um ano tenho de feira e o pasteleiro sempre em frente à banca de dona Finha, mas parecia nunca terem se tocado.

Subi as escadas e fiquei parado olhando o movimento. Um rapaz com seu carrinho de mão estava do meu lado sentado, perguntei a mesma pergunta, ele disse “rapaz não sei quem é não”. Perguntei se era novo aqui, ele disse com voz sotaqueando “não, trabalhei aqui cinco anos atrás, só que me mudei para Santos, agora tou aqui de novo” ou algo assim. Ao me ver com a câmera tirando fotos perguntou “ta fazendo trabalho?”, disse-lhe que era uma pesquisa e já tava lá a quase um ano e perguntei seu nome, disse “Julio, então a gente ainda vai se encontrar mais por aqui, tchau.”. Andei, sentei, fiz fotos e com dona Rosália, senhora vendedora de biscoitos, bejus e tapiocas parei para conversar depois de tanto tempo ausente. Perguntei como estava, como ia a feira e tal. Ela questionou minha ausência, reclamou do tempo que passei fora e ofereceu como de costume três saquinhos de biscoitos. Fiz a mesma pergunta sobre dona Finha, ela disse “aquela que morreu de queda?”. Me assustei ainda mais e expliquei quem era, ela disse “ahhh então não é não, essa é outra que vendia coco” e essa história eu já também conhecia. Ela continuou “meu fiu, sei quem é essa mulher não, eu fico aqui [na parte mais central da feira], meus amigos são esses aqui [apontando para as bancas mais próximas em volta], não conheço mais ninguém de lá de longe não [indicando as duas extremidades]”.

Saí um tanto desapontado por não ter conseguido notícias e por ter ficado tanto tempo longe e ter perdido uma história para a ausência. Dona Rosália, sorridente e por vezes cansada vendedora de feituras de tapioca, disparara uma análise, uma história se fazendo ali, fragmentando algo dado como natural. Tinha claramente a idéia que os feirantes se conheciam minimamente, que formavam uma comunidade entre laços de amizade e ofício, mas agora a história se configurava de outro modo, formavam-se micro tessituras relacionais, feiras dentro da feira. Rachado. As fissuras mostravam outra coisa à qual a percepção foi se transformando para dar conta. As pessoas não sabiam de dona Finha, mesmo as mais próximas espacialmente. Findava ali uma percepção para abrir espaço para uma outra.

A única notícia concreta que tive, descobri depois que estava errada. Um garoto do carrego que já vira algumas vezes pela banca de dona Finha, e que me cumprimentava sempre, quando perguntei pela senhora, puxou pela memória, titubeou e disse “ahhh... lembro dela, ela não ta mais vindo aqui não. não é a esposa dum veio de óculos? é... ta mais vindo aqui não, mas ta trabalhando na feira do Santo Antônio dia de sábado que já vi por lá. passe lá que você encontra”. Vão rastro. Na sexta feira seguinte, em uma passagem bem mais rápida pela feira, encontrei Nininha andando por ali. Entre abraços e reclamações por causa da prolongada ausência fiz novamente a fatídica pergunta. Sua expressão nublou, com um tom de voz entristecido me disse “é... ela foi embora, se mudou para São Paulo, foi a família toda, talvez volte no fim do ano. tavam roubando de mais o sítio deles, muito perigoso... aí resolveram ir pra lá e ficar com uns parentes longe por um tempo” abaixou mais ainda o tom de voz e o olhar “agora eu tou aqui na luta sozinha, ta me fazendo uma falta a minha amiga, tou sozinha” ou algo assim.

terça-feira, 21 de julho de 2009


Vasconcelos, Jorge. Deleuze e o cinema. Rio de Janeiro: Editora Ciência Moderna, 2006.
Sobre a Introdução.
Vasconcelos (V/) pretende relacionar o “problema do pensamento em Gilles Deleuze com a arte do cinema”, em busca de um novo, que se configuraria como “um pensamento que privilegia a idéia de diferença para instaurar novos ângulos e perspectivas do real” (p. XVI).
Nessa relação entre arte e filosofia, dois outros conceitos deleuziano atravessam a cena: tempo e pensamento. Assim dispõe V/.
Não pretendo me prender a sentidos pré, mas pensamento no texto de V/, já aparece com variações. Talvez fosse o caso de dispor a questão da filosofia em Deleuze, talvez isso afastasse a decisão pela leitura de Vasconcelos agora. Melhor se en-linhar um tanto a mais em V/.
Bom mais algumas linhas adiante e V/ diz de um diálogo entre filosofia e não-filosofia, sendo essa última “utilizada como linha de fuga em face das armadilhas impostas pela representação clássica”. V. apresenta o primeiro adversário no texto; as representações clássicas. Daí V/ diz de uma predileção deleuziana por filósofos que resistiram as tais armadilhas. Nomina-os: Duns Scot, Hume, Espinosa, Nietzsche e Bergson. Apresentadas as alianças, V/ afirma que a Deleuze “importa tornar possível o pensamento”.
Parasse aqui a leitura, já teria um bocado de coisas a conversar com V. . Coisas desentendidas ainda e coisas que começam a se movimentar. Coisas para refletir e coisas para encaminhar. Coisas desse instante atualizado pela leitura. Tantas coisas e esse instante é impreciso. Estaria pensando? Onde? Nas duas condições que descrevi ou uma inviabiliza deliberadamente a outra, enquanto possibilidade de existência? Se importa tornar possível o pensamento, é possível um pensamento que não articule uma política? Que política?...
As vezes uma questão nos leva pra fora da coisa em movimento. Noutras, questões nos levam para dentro de outra coisa quase estanque. Bom, voltar as linhas para saber da Introdução. V/ vem então apresentar um tanto da relação de Deleuze com o cinema. Livros, artigos e entrevistas, onde se sobressaem Cinema 1 e Cinema 2, que seriam textos onde Deleuze “estabelece uma leitura horizontal acerca de um domínio estético” (p. XVII).
Daí V/ vai dizer do seu trabalho sobre Deleuze. Um trabalho que ele acentua como de interpretação que tem por veio duas dimensões: crítica e afirmação da filosofia deleuziana, condicionando a vida desse pensamento a intercessões do mesmo com domínios do extra-filosófico. Seu problema: imagem do pensamento e o conceito de intercessores, dispõe no parágrafo seguinte. Revigora sua intenção dispondo sobre seu modo de operar nesse trabalho. “Não há possibilidade de fazer filosofia, deleuzianamente falando, sem investir em um duplo campo: a constituição dos problemas e a criação dos conceitos que daí advêm” (p. XVIII). Dá-se a problematização como modo de fazer.
Uma linha com três asteriscos divide a Introdução de V/ e ele passa a falar de Imagem-movimento (I-M) e de Imagem-tempo (I-T). Resume os desdobramentos desses conceitos, traz exemplos e perspectivas que ainda poderiam ser tomadas como prognósticos (delírio meu).
Diz dos quatro capítulos que organizam o livro e a eles cabe o campo para conversarmos.
Abraço.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Encontro Casual

Bom, Terça-feria, pós feriado, não me sentia muito bem e estava no terminal da UFS esperando o buso, quando uma senhora se aproximou de mim.
Pois é, era uma das velhas do grupo de Marcus, ela foi me falar de onde estava vindo, pra onde estava indo, o q tinha feito, etc... e como sempre, me perguntou se eu via o Marcus, se eu havia levado os recados deles ao Marcus, se ele havia me dado uma resposta de quando voltaria, etc...
Daí, ela disse q as reuniões estão acontecendo, mas estão indo poucos velhos... reclamou de dores no corpo, sem os exercícios...
Enfim, parece q o grupo continua em um contínuo declínio, sem seu produtor bio-ascético...