quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Momento

O vento corta os seres pelo meio.
Só um desejo de nitidez ampara o mundo...
Faz sol. Fez chuva. E a ventania
Esparrama os trombones das nuvens no azul.

Ninguém chega a ser um nesta cidade,
As pombas se agarram nos arranhacéus, faz chuva.
Faz frio. E faz angústia... É este vento violento
Que arrebenta dos grotões da terra humana
Exigindo céu, paz e alguma primavera.

(Mário de Andrade)





aproveitando o momento de chuva que temos hoje em nossa cidade e o desejo de se completar que é reforçado pela natureza.

6 comentários:

Aurea disse...

Se todos os dias de chuva, você nos disponibilizar poemas como este, será maravilhoso.
Xero! Minha esttele, kkkkkkkkkk!

Mairla disse...

hahahaha. tem que aproveitar os dias de sensibilidade, né? ;)

um beeeeijo, meu querido Garcin!
kkkkkkkkk


(acho que vou mudar de curso, ein galera! meu negócio é teatro! hahaha =p)

J. Thiago disse...

[Como todo bom criado, fico em silêncio, olho de soslaio e saio de fininho, até me chamarem de novo...]

Brunitxa disse...

Só a minha personagem faltou aqui! Aqui está ela: ainda não perdi as esperanças Estelle ;)

Bruna_ disse...

Bonita poesia!

Juaum disse...

É preciso estar sempre embriagado. Apenas isso, mais nada. Para não sentir o horrível fardo do Tempo que vos esmaga os ombros e vos dobra para o chão, é preciso que vos embriagueis sem tréguas. Mas de quê? De vinho, de poesia ou de virtude, à vossa escolha. Mas embriagai-vos.

E se alguma vez, nos salões de um palácio, sobre a erva de uma vala ou na solidão morna do vosso quarto, acordardes de uma embriaguez evanescente ou desaparecida, perguntai ao vento, à vaga, ao pássaro, ao relógio, a tudo o que foge, a tudo o que geme, a tudo o que rola, a tudo o que canta, a tudo o que fala, perguntai-lhes que horas são; e o vento, a vaga, a estrela, o pássaro, o relógio, vos responderão:

"São horas de vos embriagardes! Para não serdes os escravos martirizados do Tempo, embriagai-vos; embriagai-vos sem cessar! De vinho, de poesia ou de virtude, à vossa escolha."

Charles Baudelaire