Momento
O vento corta os seres pelo meio.
Só um desejo de nitidez ampara o mundo...
Faz sol. Fez chuva. E a ventania
Esparrama os trombones das nuvens no azul.
Ninguém chega a ser um nesta cidade,
As pombas se agarram nos arranhacéus, faz chuva.
Faz frio. E faz angústia... É este vento violento
Que arrebenta dos grotões da terra humana
Exigindo céu, paz e alguma primavera.
(Mário de Andrade)
aproveitando o momento de chuva que temos hoje em nossa cidade e o desejo de se completar que é reforçado pela natureza.
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6 comentários:
Se todos os dias de chuva, você nos disponibilizar poemas como este, será maravilhoso.
Xero! Minha esttele, kkkkkkkkkk!
hahahaha. tem que aproveitar os dias de sensibilidade, né? ;)
um beeeeijo, meu querido Garcin!
kkkkkkkkk
(acho que vou mudar de curso, ein galera! meu negócio é teatro! hahaha =p)
[Como todo bom criado, fico em silêncio, olho de soslaio e saio de fininho, até me chamarem de novo...]
Só a minha personagem faltou aqui! Aqui está ela: ainda não perdi as esperanças Estelle ;)
Bonita poesia!
É preciso estar sempre embriagado. Apenas isso, mais nada. Para não sentir o horrível fardo do Tempo que vos esmaga os ombros e vos dobra para o chão, é preciso que vos embriagueis sem tréguas. Mas de quê? De vinho, de poesia ou de virtude, à vossa escolha. Mas embriagai-vos.
E se alguma vez, nos salões de um palácio, sobre a erva de uma vala ou na solidão morna do vosso quarto, acordardes de uma embriaguez evanescente ou desaparecida, perguntai ao vento, à vaga, ao pássaro, ao relógio, a tudo o que foge, a tudo o que geme, a tudo o que rola, a tudo o que canta, a tudo o que fala, perguntai-lhes que horas são; e o vento, a vaga, a estrela, o pássaro, o relógio, vos responderão:
"São horas de vos embriagardes! Para não serdes os escravos martirizados do Tempo, embriagai-vos; embriagai-vos sem cessar! De vinho, de poesia ou de virtude, à vossa escolha."
Charles Baudelaire
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