sexta-feira, 29 de maio de 2009

Feiras livres, higiene e modos de invenção de si

Vou seguir todo o texto com base na estrutura do plano de trabalho do projeto, ou seja, indicando as atividades de acordo com o esperado no trimestre (que no caso, são quatro). Citando as atividades, que acho, foram realizadas conforme planejávamos, as que não e como vejo que podemos melhorar isso na produção do relatório final.

Agosto, setembro e outubro de 2008
Realizar levantamento bibliográfico relacionado à história do espaço urbano e o investimento político-econômico sobre os procedimentos de salubridade, compreendendo o mundo ocidental naquilo que se configura como medieval, moderno e contemporâneo.
Ler e fichar o material bibliográfico recolhido.
Participar das reuniões semanais do grupo de pesquisa.
Apresentar, a cada mês, o resultado do trabalho, de modo que o grupo possa interagir com o mesmo que é específico de cada estudante.
Iniciar o processo de observação de campo e dos objetos que estão sendo problematizados no trabalho.
Participação no seminário de metodologia da pesquisa.


Nesse primeiro trimestre, vejo que as atividades de levantamento bibliográfico, leituras, participação de reuniões, inicio das observações no campo, confecção dos diários de bordo e mesmo a interação com o grupo foram realizadas de forma bastante proveitosa. Tivemos um aproveitamento de textos, por exemplo, a Invenção de si e do mundo da Kastrup, que passou de uma única leitura servindo como texto-base para a pesquisa.
Em relação ao meu relatório e esse material, poderia focar mais nas idéias trazidas pela Kastrup, como a analítica da verdade e ontologia do presente que acabei deixando para trás no relatório parcial. Vejo como umas das referências importantes para a pesquisa e essencial para continuidade e elaboração de trabalhos futuros. Além de ter me dado mais tempo nessa leitura e ter discutido em outros espaços que não nossas reuniões, ter ajudado a enxergar a feira com outros olhos, entender uma certa inventividade na nossa forma de trabalhar na feira, e como ela mesma se faz.
Sobre medicina social e controle dos corpos, do que nos fala Foucault, é o que eu preciso focar mais também no relatório final. Para fechar bem uma possível análise das condições daquilo que se produz como articulação entre as políticas de controle da vida e modos de invenção de si.

Novembro, dezembro (2008) e janeiro (2009)
Produzir do relatório semestral a ser encaminhado ao Pibic
Participar das reuniões semanais do grupo de pesquisa.
Observação sistemática (na feira-livre, semanalmente; e no bairro duas vezes por semana) do campo e dos objetos que estão sendo problematizados no trabalho.
Registro de imagens de cenas dos espaços observados.
Atividade de leitura e produção de textos

Daqui poderíamos destacar no relatório final como funcionou nossa produção do relatório parcial em grupo. A produção de textos sobre os relatórios um dos outros e a posterior publicação no blog nos rendeu bons comentários e uma maior aproximação com escrita do outro. Também destacar o blog como um prolongamento das nossas reuniões é um dispositivo importante para divulgação e amostra do trabalho que está sendo realizado.
O que ficamos em falta foi com o registro de imagens. Mas, como essa pesquisa terá continuidade para mais um ano, teremos tempo de planejarmos juntamente com as atividades propostas para tal. Outra coisa que não focamos muito também foi a visita ao bairro duas vezes por semana apesar de fazermos isso esporadicamente quando passávamos por ali. Mas não demos muito foco nesse ponto.



Fevereiro, março e abril de 2009
Participar das reuniões semanais do grupo de pesquisa.
Iniciar processo de análise dos registros feitos durante o trabalho de observação.
Realização de entrevistas com feirantes e carroceiros.
Atividade de leitura e produção de textos
Realizar a transcrição das entrevistas.

Aqui nesse trimestre ficamos em falta com as entrevistas e dirá sua transcrição. O que tenho duvidas se seriam mesmo realizadas e se estão planejadas para próximo ano.Lembrando de falar sobre o trabalho com as carroças que não conseguimos dar conta!

Maio, junho e julho de 2009
Produção de relatório final.
Articulação desse plano de trabalho, com os demais planos envolvidos nessa atividade de pesquisa.
Produção de trabalhos acadêmicos que possam ampliar a discussão sobre os usos do espaço urbano na cidade de Aracaju.

Nesse relatório final acho que o foco deve ser toda nossa experiência na feira falando mais dos acontecimentos, citando algumas histórias e situações. Como: surgimento da associação dos feirantes, a aumento do preço da banca, a morte da moça que vendia cocos, o aniversario de um ano sem luz de uma outra feira, a morte de um feirante em uma feira da cidade e pontuar como isso sustenta nosso olhar. Relatando e expondo nossas experiências na feira juntamente com as idéias de políticas de saúde publica e controle das vidas e do espaço, vamos deixando mais claro nossas intenção sobre o porquê de estudar o espaço o urbano. Carregar mais na descrição de como foi a observação na feira, a sua inserção nela, as interferências, as escutas, os relatos de histórias, os acontecimentos que consideramos importantes; enfim, isso tudo aponta para o que será nosso foco futuro e também as minhas principais intenções nesse trabalho.
Sobre a produção de trabalhos acadêmicos como diz James “trabalho, trabalho, trabalho” e estamos caminhando para isso.

2 comentários:

Kleber disse...

Mairla,
O texto da Kastrup é muito bom. Serve a nós todos, pois ela anda muito bem acompanhada naquelas linhas. Latour, Foucault, Bergson e outros. Assim use pensando na feira.
Os textos coletivos 1que fizeram, penso que seja uma grande produção. Ele4 aponta para um modo coletivo de escrita. Algo a ser valorizado, já que não é tarefa fácil e corriqueira. Nele podemos está pensando uma lógica para a produção do artigo.\ Uma proposta.
Sobre os relatos, causos e histórias na feira, devemos pegar pelos detalhes e o modo COMO se estabeleceram relações entre vcs e o povo da feira. Ou como vcs viraram também povo da feira. Não se esqueçam de Dona Quinha (é assim que se escreve).
Acho que ainda dá tempo para observar a rua sem a feira. É uma rua? Digo, a mesma rua. O que vive nela nos dias sem feira? Temos tempo.
Abraço!

Juaum disse...

É Dona Finha