domingo, 12 de dezembro de 2010

Aracaju, 20 de novembro de 2010.

Andressa,

Durante a convivência que tivemos este semestre, pudemos ter contato
com alguns conceitos que vieram enriquecer sobremaneira a nossa
vontade de saber.
Escolhi destacar, neste momento, os temas da menoridade e da
maioridade, discutidos no começo do nosso curso. E não me cabe aqui
pormenorizar aspectos de um e de outro, pois tenho certeza que você já
os domina muito bem, em razão de você ser sempre muito participativa
em aula.
Realço apenas a questão da maioridade. Compreendi que a condição da
maioridade permite ao indivíduo alçar vôos mais altos. Vestido com
audácia e coragem, pode-se modificar a relação preexistente entre
vontade, autoridade e uso da razão.
Mas vamos sair um pouco do campo do conhecimento técnico, formal,
científico, como queira denominá-lo, e passar para a seara da simples
noção de sociabilidade, que muitas vezes se imite na psicologia social.
Abandone o preconceito, pois quero mesmo entrar nos domínios do senso
comum ou talvez não, nem sei.
Senti necessidade de abordar algo sobre amadurecimento, o crescimento
como pessoa, que só chega para nós com o calejamento de tudo que
vivemos. Uns o alcançam muito cedo outros levam mais tempo... Mas é
condição de relevo para se conduzir enquanto indivíduo social.
Outro aspecto muito importante para a nossa vida como pessoa plena é
cultivar o respeito, o reconhecimento, a gratidão para com aqueles que
são muito generosos gastando tempo precioso conosco, seja nos
ensinando, mostrando-nos outras formas de enxergar o mundo,
orientando-nos, enfim.
Despeço-me com a reflexão de Gibran, na sua obra O Profeta, quando se
refere a amizade:
Quando vosso amigo expressa seu pensamento, não temais o não de vossa
própria opinião, nem prendais o sim. (.) E que não haja outra
finalidade na amizade a não ser o amadurecimento do espírito. (.)
Pois, que achais seja vosso amigo para que o procureis somente a fim
de matar o tempo? Procurai-o sempre com horas para viver: o papel do
amigo é de encher vossa necessidade, não vosso vazio.
E continuo com Gibran, aproveitando a oportunidade para exaltar o
querido e sensível Kleber:
O mestre que caminha à sombra do templo, rodeado de discípulos, não dá
de sua sabedoria, mas sim de sua fé e de sua ternura.
Abraço fraterno, um convidado para o baile de máscaras.

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