domingo, 1 de março de 2009

Sobre ciencia, inveção e CONPSi



Olá pessoas, sei que esse não é o espaço propício a esse tipo de discussão, mas gostaria de compartilhar a experiência com vocês. Lá vamos:



Na disciplina Social 3 é sugerido como trabalho de conclusão fazer um trabalho de "inciação ao método etnográfico", por assim dizer. Pois bem, período passado cursei a disciplina. Fiz um trabalho com meninos que pedem dinheiro ou vendem nos coletivos de Aracaju. Com um diferencialzinho: ao invés de usar as tradicionais referências do "campo psi", preferi trabalhar com literatura de ficção, poesia e filmes... A professora gostou do trabalho, os colegas também.

Aliás, foi seguindo a sugestao de um deles (Joazinho) que resolvi escrever o trabalho no CONPSI. A opinião de um dos pareceristas pode ser bem útil para conversarmos um pouco sobre o que é ciência...
"Pontos fracos: não é uma pesquisa científica"






9 comentários:

J. Thiago disse...

"Se você insiste em classificar
Meu comportamento de anti-musical
Eu mesmo mentindo devo argumentar
Que isto é Bossa Nova,
isto é muito natural"


Vieram a mim estes versos do Jobim. Desafinado. Fico imaginando os sambinhas duma nota só do Antônio Carlos, os afro-sambas do Baden Powell, o Cantabile Expressivo de Toquinho. Comportamentos anti-musicais! Anti-estéticos! Anti-éticos!

Acho que aqui não rolaria diálogo [dia-lógos, duas verdades...], Lázaro. Aqui, rola um certo consenso manso de que a ciência não domina o território dos saberes válidos! Ou, destarte, também fazemos ciência! Posso, ainda, dizer que ciência é isto ou aquilo, assado ou cozido, dado ou produzido, embora eu não tenha muita ciência do que eu esteja falando.

Deveríamos, pra bem instalar uma problemática, chamar a vossa senhoria, o "Avaliador 2", para nosso círculo de conferências. Ou, então, alguém que lhe re-presente a mesma lógica! Estes, existem aos montes... :)

Juaum disse...

Eu fico pensando em como vc escreveu seu resumo... acho esse um ponto estratégico, pois a gente pode até dar um resumo que eles querem ler, para na hora da aparesentação fazer algo mais arriscado.
não sabemos nunca quem vai pegar as porras dos resumos, mas temos lá as indicações de como eles devem ser escritos, o que eles querem ler. Mas então seriamos ati-éticos, ou mesmo mentirosos, se dissessemos o que eles querem para aprovar? penso que é aqui que a gente joga, utilizamos de táticas... artimanhas para produzir fugas, espaços onde podemos respirar. talvez bater de frente com os dragões possa ser por demais doloroso. aguardemos, então, seu sono para que possamos comê-lo por trás.

Kleber disse...

pois, essa conversa é fundamental. não em si. ela é contra um em si, pois é a favor de Um si; a ciência. a ciência como verdade e a ciência como parâmetro para uma conversa. Juaum tratou disso. Talvez, o melhor encamionhamento fosse não ir ao Conpsi. Se ele não nos aceita, porque forçar a letra para se incluir? Há no Conpsi muito mais que A ciência. Dasí concordo com o Juaum, mas não vou pegar o dragão por trás. abraço!

Lázaro disse...

E o engraçado é que Tereza viu meu resumo e fez uns "ajustes" para ver se tinha chance de passar ileso (segundo ela, tinha "assassinado" meu texto).

"aguardemos, então, seu sono para que possamos comê-lo por trás." (Joao)

Acho mais interessante mostrar que resistimos, que estamos vivos - ainda que isso custe caro...

Juaum disse...

"Acho mais interessante mostrar que resistimos, que estamos vivos - ainda que isso custe caro..."

eu vejo de outro modo... não acho que a vida precise se fazer por barricadas... as vezes é preciso esgueirar-se e passar pelos estreitos poros para se fazer presente em espaços proibitivos e "poluir" o ar de outros gases.

Lázaro disse...

Acho que voce entendeu errado Joao. Nao se trata de uma guerra de trincheiras, mas de um posicionamento claro e aberto. É evidente que o temerário pode ser o primeiro a cair e seria mais lógico agir na surdina - até entendo. Mas, de minha parte, acredito cegamente que as pessoas se fazem daquilo que ela acreditam e do quão elas defendem suas crenças.


P.S.: Antes que Kleber fale, vou logo adiantando: nao to falando de levantar ou nao bandeiras, mas de se posicionar de modo clarividente.

Juaum disse...

não seria o esgueiras-se também um exercício político?

Mairla disse...

queria ler seu resumo, lázaro.
posta ele aqui!

e sobe o que kleber disse... eu acho válida a idéia e tentaiva de ir a um congresso que não nos cabe e que não nos aceita. se conseguimos fazer pelas entrelinhas que ele nos aceite, é na apresentação que temos a oportunidade de denunciar isso!
claro que seria dar a cara tapa! mas adoro essa idéia.
tenho muito a impressão que nesses congressos são avaliadas muitas coisas sem noção... a rodo mesmo! por isso a quantidade absurda de coisas acontecendo ao mesmo tempo que não tenha gente que tome conta!

taí a denuncia. daí a tentativa de tentar se incluir, mesmo sem ser aceito. aceito pelo que achamos ser. porque se fizermos maquiadamente o que eles querem, somos sim!

Lázaro disse...

Entendo, joao.
Mas acho que nao podemos confundir esgueirar-se com resignar-se/maquiar, pra usar o termo da menina protazio