quarta-feira, 25 de março de 2009

Um bom filho a casa retorna.

Debaixo do sol escaldante saiu em direção ao Lions Clube, meia apreensiva com o que poderia encontrar. O caminho continuava o mesmo, a rotina das pessoas também. Lá estavam os ciganos sentados, a venda ao lado com pessoas na calçada, enfim tudo parecia no lugar. Entretanto, ao chegar bem pertinho do Lions, me perguntei cadê a música? Cadê a voz estridente de D. Zefa? Cadê o carrão de Marcus? Fiquei mais apreensiva ainda.
Mas, quando entrei poucas pessoas estavam ali, entre elas D. Zefa, D. Francisca, D. Helena, e mais umas 4 velhas que ñ me recordo o nome. Falei com todas elas, aliás fui muito bem recebida. E claro, me interrogaram sobre o Marcus, quando o professor iria voltar, como ele estava, o quanto ele fazia falta, o quanto adoravam ele, o quanto a dança fazia bem a saúde delas. Poxa, como nosso dragão reina.
Perguntei por D. Joana e descobri que ela ainda está em SP...
Conversando com elas descobri que hj foi o segundo encontro do ano. O primeiro foi dia 10/02, terça-feira passada n houve reunião por causa do niver de aju, e hj o segundo encontro.
No primeiro encontro D. Zefa me relatou que eles estavam fazendo um tal de cadastro, pra ser feita uma carteirinha e aí eles deveriam contribuir com uma quantia por mês. D. Zefa me disse que ñ ia dar nada, que eles disseram que era pras festas das crianças. E a partir daí ela me disse uma coisa muito interessante. Mais ou menos assim: querem que eu dê dinheiro pra crianças, a gente que ñ tem. “Eu que animo, canto, que puxo, ninguém nunca me deu nada” “E o que foi que eu ganhei?” e repetiu “E o que foi que eu ganhei?” continuando: ñ precisava ser muito, qq coisa... achei essa colocação surpreendente.
Depois ela foi me falar da frustração sem o professor Marcus, da falta da dança, e de cantar, que o Lions tava sem graça. E nisso já eram mais de duas e meia da tarde. Mais pessoas foram chegando e a tal da Sônia e do Cícero que era o “dia deles” (achei essa expressão interessante) não chegavam, os velhos começaram a falar que achavam que as reuniões vão acabar, que o Lions não estão dando tanta importância assim pra eles...
Ah! Antes disso quando eu, D. Zefa e D. Francisca conversávamos elas me diziam que queriam as reuniões com o Marcus, mesmo que fosse na UFS, aliás que preferiam na UFS, porque tinha mais espaço, e algo mais, que elas transpareceram ñ conseguir explicar. Uma outra senhora reclamava da coluna, que quando tinha as danças do Marcus e ela se remexia tava boa, mas depois que parou voltou a doer.
A conversando ia se prolongando a “pessoa do dia ñ chegava”, e D. Zefa foi se lembrar hj que seu niver foi dia 19/03 (dia de São José) e meio sem querer ela acabou comemorando na missa. Depois ela esqueceu quantos anos tinha, quando uma outra velha pergunto quantos anos ela tinha, ela respondeu 52, aí depois parece que caiu em si, e disse que tem quase 90, será mesmo?
Uma outra passagem que me chamou a atenção foi quando uma senhora disse que um velho, um bonitão, como disse ela, um que ñ era freqüente, mas que tava no último dia com a camisa e tudo, falou pra alguém que ñ voltaria mais pras reuniões do Lions, porque ñ trataram ele bem. Pelo jeito parece que alguém disse algo e ele ñ gostou.
A partir daí, fiquei me perguntando mais e mais porque que eles vão parar ali. Já que elas estavam mostrando que percebiam as nuances daquele espaço, que elas ñ eram tão importantes pro Lions, que estavam incomodadas com a questão do dinheiro. Mas, como uma senhora frisou que estava viúva a 2 meses e ali era uma forma de sair de casa e ñ ficar lembrando do esposo. Ou quem sabe quando D. Zefa disse que só via as amigas na missa, que elas ñ saíam que ali era o lugar para onde iam, além de casa, já que nas férias era missa-casa, casa-missa
Enfim, uma 2:40 a “pessoa do dia chegou” falou com todos, aliás foi aquela festa. E aí, óbvio ela foi falar do cadastro quem fez, ou melhor quem ainda ñ fez, era mais interessante. E mais engraçado foi que ela chegou pra mim e disse: “cadê o professor que toca aquele tambor?” como se ela ñ soubesse quem era o Marcus, ou fosse melhor ñ saber.
Depois a leoa foi supervisionar o andamento do Lions, e o Seu Cícero foi tirar a pressão dos velhos, nisso como já eram quase 3h e eu tinha aula, me levantei dei boa tarde a todos, falei que tinha sido um prazer revê-los, que ia tentar ver Marcus pra levar os recados de todos, e o tal Cícero até brincou comigo: “já vai?” “logo agora que eu ia tirar a sua pressão” e eu toda educada, “Minha pressão ta sempre 11 por 7 ou 10 por 6. E ele “pressão de jovem é outra coisa”.
Enfim, para mim a volta ao Lions clube foi muito produtiva, e inesperada... ñ imaginava o quanto que nosso dragão tava certo sobre a sua importância para aquelas pessoas e para a continuação da existência do grupo. Já que comparando a outros dias hj tinham poucas pessoas e como disse D. Zefa vai assim e logo, logo acaba...
Um fim nostálgico, talvez...

5 comentários:

J. Thiago disse...

"O bom filho à casa torna..."

Lembro-me de ter lido uma exegese interessantíssima em cima do Filho Pródigo, que colocava como protagonista não o bom filho que permanecia ao lado do pai, mas o apóstata que o abandonava e à casa volvia, como um vaso novo, como vinho novo! Vejo que a menina-áurea não encontrou o que esperava na Pedra Real! Acho que é nessa surpresa que podemos trabalhar...

Kleber disse...

Bom relato Áurea. Pensei que o Marcus iria continuar com eles na UFS. Acho que temos muito a pergutar ao Marcus, antes de estalelecer o vínculo da duração do grupo nos seus humores e tambores. Novamente devagar. Os velhos vivem novos dias. As plavras; quando em frases, são tropeços entre "ações, percepções e afetos".

J. Thiago disse...

Vez ou outra encontro o Marcus no RESUN. Seu "abandono" no tocante aos idosos é um problema burocrático! Parece que ele não poderia exercer suas funções na reitoria e continuar com as atividades com o pessoal... Se essa situação é imperativa ou efêmera, não sei precisar...

Brunitxa disse...

Poxa, foi um desastre mesmo eu não ter ido com Áurea nesse dia. Depois daquele relato de Lázaro sobre um dia lá na ufs em que estava a família de Marcus, este de Áurea foi o mais rico de acontecimentos, de opiniões, de minúcias, talvez por que havia pouca gente e principalmente por que a dança já não mais preenchia os espaços do encontro.

Aurea disse...

Fui buscar umas fotos e uns videos com Marcus hj, e ele me falou q volta ao Lions em maio, pq ele vai ministrar uma disciplina que é sobre envelhecimento e aí ele vai utilizar lá, pras aulas.
Abraço.
Peguei uma fotos legais, e os uns videos tb. Precisamos falar sobre o painel