domingo, 1 de março de 2009

CONTEMPORANEIDADE E MODOS DE INSCRIÇÃO NO ESPAÇO URBANO (Resumo do CONPSI)

Esse trabalho objetiva descrever e analisar modos de inscrição no espaço urbano da cidade de Aracaju problematizando a produção atual de feiras livres dimensionada a uma história do espaço público. De acordo com Michel Foucault, a implementação de técnicas e procedimentos governamentais que visavam racionalizar e controlar problemas propostos por um conjunto de seres vivos, biopolíticas, se deu em meados do século XVIII ao passo da consolidação do Estado Liberal. Neste sentido, a medicina social possibilita um outro espaço urbano, diferente do medieval, através da idéia de salubridade e dos procedimentos vigilantes da higiene pública. Porém o espaço urbano moderno guarda ainda a possibilidade de invenção de si e do mundo no sentido esboçado por Virgínia Kastrup, pois a modernidade também produz híbridos, objetos que se furtam às simplificações. Para isso, utiliza a cartografia junto ao método etnográfico nos trabalhos de observação e confecção de diários de campo sobre as relações entre história, rua, feirantes, consumidores e comércio local na feira livre do bairro Castelo Branco, na capital sergipana. Em visitas semanais foi observado e registrado aquilo que se configura como cotidiano da feira, privilegiando o processo de construção das histórias ouvidas e recontadas a partir da experiência de inserção e intervenção no campo. Esta é uma pesquisa em andamento, assim, as atividades de campo continuam, articulando os afetos e os sentidos produzidos às referências bibliográficas que fundamentam esse trabalho. Ao longo das visitas à feira livre percebe-se uma utilização do espaço e modos de fazer que por vezes transbordam às normas e regulamentações sanitárias ditas pelo Estado. A vida se faz num espaço de tensão entre o esquadrinhamento, a vigilância, as normatizações higiênicas e as práticas cotidianas, como as conversas e as histórias que são tecidas pelas pessoas que fazem a feira. Assim, a rua é um campo de mistura, lugar de possibilidades que produz modos de existir e se relacionar. Ao tempo que esses modos outros inventam no cotidiano, histórias e resistências às formatações da vida no espaço público.

Palavras-Chave: cidade; história; feira livre; invenção de si.

Um comentário:

Juaum disse...

Esse foi o resumo que submetemos ao conpsi, queria ler também o outro que as pessoas produziram.
abraços.