domingo, 16 de agosto de 2009

Charles Sanders Peirce (1839 – 1914)

Peirce nasceu em Cambrigde, Massachusetts. Seus pensamentos tiveram influência na lingüística, na semântica, na teoria da comunicação, na lógica formal e na análise dos fundamentos lógicos da matemática. O tema básico de suas obras é a idéia de que a filosofia deve abandonar todas as formas de misticismo e unir-se à ciência. Para solucionar os problemas filosóficos, Peirce se dedicava a métodos apropriados que conferissem significado às idéias filosóficas em termos experimentais e organizassem essas idéias para que pudessem ser estendidas a novos fatos.

Em sua obra “Como tornar clara as nossas idéias”, publicada em 1878, ele formula a corrente filosófica do pragmatismo. O Pragmatismo pode ser considerado uma técnica auxiliar capaz de encaminhar a compreensão de problemas científicos e filosóficos. Serve também para reconstruir ou explicar o significado de conceitos pouco claros, como os de “realidade”, “peso” e “força”. Segundo Peirce, para determinar o que um conceito significa é necessário examinar suas possíveis conseqüências futuras. Conceber o que seja uma coisa equivaleria a conceber como ela funciona ou o que pode realizar. As coisas são aquilo que elas podem fazer!

Peirce também elaborou a teoria dos signos. O centro de sua teoria reside na definição do que seja signo e na distinção que se estabeleceu entre os diversos tipos de signos. Nenhum signo pode ser literalmente aquilo que significa, da mesma forma, pensamento algum pode ser aquilo que significa. As idéias ou pensamentos implicam um objeto para a interpretação, um intérprete do objeto e a interpretação propriamente dita. Os signos podem ser divididos em três espécies principais: ícones, índices e símbolos. O ícone é um tipo de signo em que o significado e o significante apresentam uma semelhança. A exemplo do desenho de uma casa, que se parece com a casa, mas não é a casa. Índice é um signo que indica o objeto significado casualmente, é um sintoma por haver contigüidade entre eles. Como uma nuvem carregada serve de índice para a chuva que vem com ela. No símbolo não há qualquer relação casual necessária, mas há uma contigüidade instituída pela convenção. Por exemplo, as bandeiras que são símbolos das nações que representam.

Outra contribuição de Peirce para a filosofia foi a sua concepção evolucionista da realidade e a fenomenologia a ela atrelada. Para ele, existem três diferentes espécies de coisas ou fenômenos, constituindo três categorias, a “primeiridade”, a “segundidade” e a “terceiridade”. A primeira trata de fenômenos singulares, independentes dos demais, completos em si mesmos e constituindo livres possibilidades de existência, sentimentos ou qualidades puros, tais como prazeres, cores, sons odores. A segunda se refere a ocorrências reais que são relações de duplo termo, nas quais uma coisa acontece a outra, por exemplo, choque elétrico, resistência de uma parede, etc. Na terceira estão os fenômenos de termo triplo, que implicam conexão entre outros dois. O signo é um exemplo de “terceiridade”, pois, é algo que equivale a alguma coisa para alguém.
In: Coleção os pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1980, 2ª ed.

2 comentários:

Kleber disse...

Peirciei aqui um tantinho. Agora vou perciar noutro Kant(o). Abraço!

Juaum disse...

Engraçado...
acho que quando eu tava no início do curso e gostava de ler algumas coisas sobre linguistica, o pierce foi um dos autores que eu mais gostava sem nunca ter lido.
agora são outras semióticas.