sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

.das andanças.

Em função da preguiça do tamanho do mundo de hoje cedinho, resolvi ir à feira no final da manhã. Tomei meu café. Coloquei comida pros meus pássaros. Resolvi uma coisa e outra. Como não tinha carona nem passe na carteirinha, peguei minha bicicleta.

Saí de casa antes de meio-dia, ou seja, sol muito quente na cabeça. Regra número 1 (pensei): não esqueça em hipótese alguma a garrafa de água quando sair de bicicleta nesse horário.
Cheguei, falei com Dona Finha que não me deu muita atenção porque tava cheia de gente pra vender. Falei com os netos dela que brincava com o novo cachorro: Lindona. E fui falar com Nininha, que já em clima de carnaval, essa sexta era uma anja. Perguntou-me o porquê de tanto tempo não aparecer, perguntou pelo Joãozinho e foi logo me dizendo que “a feira hoje não tá boa não, mas tá boa também. Vendi muito fiado, mas tudo bem, é bom que próxima sexta tenho meu dinheirinho garantido. Se não for assim, não vendo”.
Voltei pra perto de Finha pra encostar a bicicleta e chega Seu Juscelino do trabalho. “Tô todo sujo hoje” – foi logo dizendo. Falamos umas bobagens, a mesma dúvida da Nininha, respondi e fui pra sombra observar o movimento da feira.
Quando olhei o relógio já eram 12:20. O rebuliço de arrumação já começava. Um caminhão parado na frente da farmácia recolhia uns caixotes de madeira e umas últimas pessoas iam aparecendo pra comprar o que restava. Mas ali onde estava, na frente da sorveteria, os gritos de “venha pra loja” e as vendas ainda continuavam. Feirantes iam se arrumando aos poucos e era visível a pouca ou nenhuma mercadoria que sobrara.
Bebi uma coca-cola, comi um amendoim e tomei um soverte oferecidos pelo seu Juscelino e fiquei por ali na sombra conversando com eles um pouco. Dona Finha tinha vendido quase tudo. Antes mesmo de eu ir embora, a vi vendendo a ultima jaca cortada, a última remessa de manga, as de mamão e um pouco de dicuri. Disse-me que vendeu muita manga. 4 ou 5 por um real. Que se seu Juscelino tivesse por ali naquela manhã tinha mandado ele buscar mais porque o povo tava comprando mesmo. Ninguém mais na feira tinha manga, só ela.
Pelo que vi venderam muito! Seu Juscelino disse que tinha saído 3 horas da manhã e ido devagar até a feira porque levara o carro muito carregado. Falei que na próxima sexta iria bem cedo e passaria o dia todo. Dona Finha, que não boba nem nada, disse logo: coisa boa, vai ficar aqui me ajudando a vender né? Traga o Joãozinho também que ele é bonito e vai vender tudo. Vou dizer que é meu filho. Ri, claro! E pensei... regra número 2: adquira a simpatia do João!
Prestes a ir embora, Dona Finha me perguntou se tinha visto o jornal que falou sobre as feiras. Disse que não e foi logo me dizendo que estavam reclamando sobre as lonas das bancas. Mostrou-me que a cobertura nova das bancas da feira e falou que a moça que faz as carteirinhas para Associação tinha passado lá. Tirou foto e vai receber na próxima semana. Perguntei as informações que tinham dito a ela... me disse que vão reclamar por banheiros porque é tudo sujo, pelas coisas erradas que acontecem e tem que pagar 10 reais todo mês. Pelo que foi me dizendo, a maioria dos feirantes não estão gostando disso não porque tem que pagar, mas ela disse que o tanto que já chorou de raiva naquela feira que vai pagar sim pra poder reclamar. Completou que o povo é besta e não entende que essa Associação é boa. Eu não disse nada.
Despedi-me pra aproveitar e percorrer o restante da feira. A maioria das bancas já vazias e sem ninguém. Um ou outro por ali conversando e mais nada. Mas, logo lá na outra extremidade da feira tinha ainda movimentação, como do outro lado. Acho que as feiras persistem nas extremidades...
Subi na bicicleta e voltei pra casa. Morta, de calor. Mas foi bom. A cidade e mesmo o fim de feira transborda muita energia...
Quem vai comigo de bicicleta próxima sexta?! (hahahahaha)

4 comentários:

J. Thiago disse...

"Despedi-me pra aproveitar e percorrer o restante da feira. A maioria das bancas já vazias e sem ninguém. Um ou outro por ali conversando e mais nada. Mas, logo lá na outra extremidade da feira tinha ainda movimentação, como do outro lado. Acho que as feiras persistem nas extremidades..."

Huuuuuuuum...

Mairla disse...

ué! e esse huun? =)
diz aí!

J. Thiago disse...

As extremidades, as margens, as caudas, nunca devem ser desprezadas! Aprendi que é aí que se deve trabalhar, seja em nossos caminhamentos de pesquisa seja em nossas andanças de espírito! Sua última sentença me fez rememorar algumas coisinhas... O "Huum" foi só um devaneio que falou alto demais! :)

Mairla disse...

e devem mesmo não!
é a partir delas que a gente entra na dança das descobertas e se perde sem saber mais se é meio, fim ou início.

perguntei pra que você soltasse o devaneio! hahaha x)